Até breve...
Os deuses choram a solidão que a chuva traz
Me faz seguir em frente ao olhar pra traz
Enquanto sentimentos se defloram
Horas que não se evaporam
Tornando-se
infinitamente mas
Trazem à tona pensamentos que não ignoram
A dor que aqui jaz
Anjos que oram a favor desse rapaz
Amores que mudam de endereço
Enquanto eu preso dentro de mim mesmo eu adoeço
O tempo levará embora toda a minha paz
Embora seja isso mesmo que mereço
Não posso negar toda falta que me faz
O peito murcha ao perder gás
Disso nunca me esqueço
Portanto rezo pra que um dia voltarás
Por isso viro o mundo ao avesso
Pra tudo nessa vida tem um preço
Somente assim verás que com o tempo cresço
E, aliás, a cada tombo que amorteço
Por ti até o ultimo degrau eu desço
Mas por enquanto evitarei em correr atrás
Eu reconheço que tantas vezes senti-me tão incapaz
Nunca deixei de te mostrar o meu apreço desde o começo
Volta pra mim, não se arrependerás...
O coração mutilado pelo abandono que tem endereço, mas não
tem nenhum dono
Como se fosse um rei sozinho sentado no trono
Tem tudo e não tem nada, só sonha no sonho
Aquilo que faz falta é aquilo que não conhece
A noite começa com a lágrima que desce
O sentimento machucado pede prece
A alma pede atenção e depois adormece
Quando isso vai passar? Quando isso vai mudar?
Quando será que pra mim o mundo vai girar?
Alcancei muita coisa, mas não é tudo que eu quero
Perdi muito também, o machucado é interno
Eu vejo as pessoas, o vazio toma conta
A minha intuição pra ilusão ela aponta
Talvez de outra forma recupere o que eu perdi
Mas por enquanto a solidão vai me consumir...
Eu deixaria tudo que tenho pra trás em troca de minutos de
paz
Mas sei que não pertenço mais o direito de voltar jamais
A gente escolhe o caminho que quer seguir
Não tenho mais indagação, a exclamação está presente aqui
Eu sei que a nossa vida não é uma ciência exata
Porque se fosse eu faria um cálculo pra prever as minhas
falhas
Eu sei que tem pessoas que me admiram como também do outro
lado desejam ver as minha ruínas
Não tem nada planejado pelo menos aqui no momento
Não tem mais a relação entre mim e o meu documento
Milhares de seres que fazem parte do mesmo corpo
Apenas tenho a liberdade enquanto escrevo aqui no mundo
torto
A história sem fim que sempre termina no mesmo ponto
Mas pensamos lá na frente, mas não podemos andar nenhum
pouco
Eu penso no fim, mas tem um abismo aqui no meio
Sozinho não vou conseguir ultrapassar todo esse devaneio
Onde estão as pessoas que foram na frente
Os objetos foram jogados, eu perdi os seus pertences
Será que estão sorrindo ou foram derrotados?
Eu me pergunto o que vou encontrar adiante nos próximos
passos
Daqui a alguns segundos vou passar pela última porta
E vou saber de toda verdade, a lei que rege essa vida torta
Será que tudo que eu acredito não faz sentido?
Será
que sempre vivi em vão e tudo agora vai ser esquecido?